terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Último Episódio - Parte I

26 De Julho, Tribunal de Sunset Valley:
Ouve-se o soar do martelo do juiz:

- Senhor Brian Sedução, jura diante deste tribunal dizer a verdade, apenas a verdade e nada mais que a verdade?

- Sim.

- Está aberta a audiência!

Sunset Valley parou para assistir ao julgamento de Brian na televisão.

Brian já não tinha mais nada a perder: perdeu a família, a felicidade e a liberdade. Para quê guardar este segredo mais tempo? Para quê guardar um segredo que lhe está a desfazer a alma aos poucos? Não havia solução se não dizer a verdade.

- Tudo o que eu fiz foi por dinheiro, nada mais! – Começou Brian. – Não fiz isto tudo por pura vontade! Eu adoro os meus irmãos e seria incapaz de lhes fazer o que quer que seja! Quando conheci o chefe do meu grupo, nunca desconfiei que isto chegasse tão longe, e quando reparei já estava a fazer isto tudo!

- Explique-nos como e porquê que ocorreu o atentado às empresas Terra Nossa. – Disse o juiz muito sério.

- Bom, uns dias antes do atentado, o meu chefe deu-me uns documentos e uma mala que tinha lá um explosivo. Combinámos ao pé do cemitério e ele deu-me as instruções do que eu devia fazer. Nessa altura ainda não estava com noção do que estava a fazer, mas precisava mesmo do dinheiro.

- O que é Al Semnhamah Dormus? – Perguntou o juiz dando sinal ao seu assistente para tomar nota.

- É uma planta carnívora muito rara, que cresce junto do Armazém de Sunset Valley, todos os meses eu e o meu grupo vínhamos cá colher essa planta sempre que crescia. Depois levávamos para o nosso esconderijo no Egipto que posteriormente foi na China, e aí juntamos o ADN da planta com gás natural. Depois desse processo, o gás torna-se mortal penetrando nas nossas células e causando a morte imediata e silenciosa. Foi assim que o professor da Universidade morreu.

- Como explica a morte de Tamara Donner? – Perguntou o juiz.

- Não fui eu que a matei, foi a minha namorada. Eu pedi-lhe para se aproximar de Zack, tal como o meu chefe me tinha dito, para conquistar a sua confiança para no fim o matar. Mas invés disso, matou a namorada do Zack, com raiva do forte amor que tinham entre eles, e eu nem desconfiava que ela se tinha apaixonado por ele.

- Onde estão os seus cúmplices neste momento? – Perguntou o juiz.

- Não sei.

- Combinou alguma coisa ontem á noite com os seus cúmplices, para eles o virem buscar? – Perguntou o juiz.

Brian hesitou um pouco, com medo de denunciar os colegas, mas engoliu seco e afirmou:

- Sim, mas eles mesmo que não tivessem combinado nada comigo viriam cá na mesma para buscar a planta.

O Advogado de Acusação levanta-se e vai para junto do Juiz:

- Meritíssimo Juiz, este rapaz causou acontecimentos, que independentemente de se arrepender, são bastante graves. Posso-me atrever a dizer que este foi o caso mais difícil e perigoso que eu e a polícia judiciária tivemos ao longo destes anos! Por isso declaro o réu como Culpado, culpado, culpado!

Mais uma vez o Juiz bate com o seu martelo na mesa e fecha a sessão.

- Senhor Brian está submetido a 16 anos de prisão!

Brian saiu do tribunal algemado, acompanhado de polícias e cercado de jornalistas que disparam flashes das suas Máquinas Fotográficas e fazem infinitas perguntas. Brian, que nem tinha coragem de levantar a cara, seguiu até ao carro da polícia sem dizer uma palavra.

Na prisão, Brian tem direito a fazer um telefonema para a família, portanto telefona para Karma.

O telemóvel de Karma toca:

- Estou? – Atende Karma.

- Karma! Tinha tantas saudades de ouvir a tua voz… - disse Brian.

- Brian? – Pergunta Karma com os olhos arregalados.

Zack levanta-se imediatamente do sofá e vai para junto da irmã:

- Sim, mana sou seu! Não tenho muito tempo para falar! Fui condenado a 16 anos de prisão! Só te queria dizer que te adoro! A ti e ao Zack! Eu nunca quis fazer o que fiz!

Karma começa a chorar. Ao ouvir Karma chorar, Brian deixa escorrer uma lágrima, mas rapidamente limpa a cara e continua:

- Só espero que vocês sejam felizes! Que finalmente tenham a vida que sempre quiseram! Desculpem! Só vos desiludi! Mas eu não queria faze-lo! Tentem compreender isso! Só vos quero bem.

- Brian, porquê que isto tem de ser assim? – Perguntou Karma soluçando de chorar.

- Nem tu, nem o Zack nem mesmo eu escolhemos o nosso destino! Ninguém escolhe! Eu estava condenado a isto! Não tenho mais tempo! Adeus Karma! Adoro-te! Manda um grande abraço ao Zack, e diz que ele é o meu herói! Adeus!

Brian desliga, e Karma põe o telefone no descanso e abraça Zack chorando.

- Ele não volta Zack! Nunca mais vou ter os meus irmãos juntos! Porquê Zack? Porquê? – Dizia Karma abraçando fortemente Zack.

- Karma, o Brian escolheu o seu destino!

Ao ouvir isto, Karma larga Zack e diz o que o irmão disse:

- Ninguém escolhe o destino! O destino está traçado! Nós apenas o seguimos!

Ao dizer isto, Karma vai refugiar-se no seu sítio preferido de Champs les Sims.

Ao caminhar para lá, Karma perde as forças nas pernas e deita-se na relva. Nunca Karma tinha chorado tanto na sua vida.

Já um pouco calma, Karma levanta-se e avista uma torre.

Torre essa que nunca tinha visto em Champs les Sims. Apesar de nunca a ter visto, parecia-lhe muito familiar. Caminha em direcção a ela e entra. Estava tudo escuro e cheio de pó. Parecia abandonada. Karma caminhava devagar até que pisa uma moldura partida. Pega nela e limpa o pó, que tapava a imagem, com a mão. Viu que a moldura tinha uma foto de si, de Brian e de Zack. Foi então que Karma se lembrou que, quando esteve de férias em Champs les Sims há 6 anos, descobriu aquela torre, e mostrou aos irmãos. Lá eles tiveram momentos inesquecíveis, momentos que nunca se voltarão a repetir.

Com a maquilhagem esborratada de tanto chorar, Karma encosta a moldura ao seu peito.


(Continua...)







4 comentários: